sexta-feira, 22 de julho de 2011

Homenagem à Selena Marie Gomez

 Hoje, 22 de julho de 2011, minha querida, amada, idolatrada, salve-salve Selena Marie Gomez comemora seus 19 anos (felizmente - e ao menos nas notícias que li - sem o Ximbiba, quer dizer, Justin Biber; desculpe, ainda sou Team Nelena). Como hoje eu trabalhei, não tive tempo de preparar nada especial à Selly, mas aqui vai meus singelos parabéns. Happy birthday, Selena Gomez!!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

:( + Capítulo 03

Hoje estou muito triste. Só um comentário...? Em todo caso, muito obrigada Mandi *-*, e aqui está a divulgação do seu blog, My First Love. Eu li o primeiro capítulo e estou ansiosa pelo segundo! E vocês, queridas leitoras, ficam com o terceiro capítulo de Uma Estranha Vingança.

Se importam se antes eu fizer uma pergunta? Vocês não querem mais ler esta web? Porque, se não quiserem, eu posso mudar, ou parar de postar e voltar a escrever só para mim. Enquanto pensam, aqui está o capítulo, bem grande.


 

Capítulo 03

Sentindo-se completamente estúpida, Annie se encontrou a meio caminho do restaurante com Dulce. Sua melhor amiga não aceitava um "não" como resposta, muito menos quando ele vinha acompanhado de "estou cansada" ou "não gosto de". Quando ela ligou de manhã, Annie recusado o convite. Em consequência, Dulce se apresentou ao meio-dia em sua porta. Tão logo Annie a abriu, ela entrou na casa. Com uma só olhada, reprovou o moletom de Annie, os produtos de limpeza e os papéis em cima da mesa.

- Vamos almoçar.

- Não, sério… - começou a contestar.

- Annie, não era uma pergunta. Ou você se veste ou a visto eu, e acredite, depois de ter compartilhado meu quarto não me escandalizaria com nada.

- Não, obrigada. Me dá quinze minutos?

- Você terá o que quiser, mas... Posso fofocar?

- Sinta-se a vontade - disse enquanto se dirigia ao seu quarto. - Faz calor lá fora? - gritou do quarto.

- Tanto calor ontem. Ponha algo fresquinho.

Sorrindo enquanto a ouvia continuar tagarelando, Annie tentava decidir o que vestir. Decidiu-se por um vestido estampado e vaporoso até os joelhos e calçou sandálias leves. Os cabelos, ela deixou soltos.

- Fresco o suficiente? – indagou ao reaparecer na sala.

Dulce levantou só um pouco a cabeça, olhando-a de cima abaixo.

- Se ao menos se incomodasse em se maquiar um pouquinho…

- Não, não comece - cortou. - Você é você e eu sou eu. Nem eu pedirei a você que ponha um moletom e venha correr comigo nem você tentará me fazer parecer uma modelo, de acordo?

- Eu não pareço uma modelo - protestou Dulce enquanto se levantava.

Annie a olhou dos dedos dos pés com uma manicura perfeita, seguindo pelo caríssimo traje de duas peças de um famoso estilista, cuja saia era um pouco mais curta do que devia. Os cabelos ruivos brilhavam em ondas ao redor de seu rosto, e a maquiagem deixaria qualquer mulher com inveja… E não parecia uma modelo? Até parece!

- Além disso, você é muito mais magra e alta que eu! – protestou Dul.

- Sei... – ironizou Annie. Mais alta, sim, ela era. Mas mais magra? No máximo, tão magra quanto. - Vamos almoçar.

Quando estavam no segundo prato, Dulce começou a pedir informação. Tinha passado todo o caminho ao restaurante tentando investigar se Annie estava escrevendo uma novela romântica, e tinha se cansado de receber indiretas.

- Se não está escrevendo nada, o que são todas aquelas anotações?

- Eram apenas anotações tolas, trivialidades…

- E eu sou a Rainha da Inglaterra! – interrompeu irônica – Reconheço uma história quando a vejo diante de mim. Eu sei distinguir um texto científico de uma novela. E aquilo é uma novela.

- Bom, na realidade não. São... coisas que me vêm à mente.

- Coisas que lhe vêm à mente?

- Lembranças…

- Lembranças do quê? – inquiriu elevando as sobrancelhas - Você não viveu no século XVIII, amiga.

- E isso é o mais estranho. Ontem à noite tive um sonho… bom, na realidade tive dois. – corrigiu-se – No primeiro deles, eu era uma mulher, Elisa. E aconteciam umas coisas muito estranhas. Eu era ela, era como se estivesse em seu corpo e vivesse o que ela viveu. – contou tudo – Não podia fazer nada para evitar. E, acredite, ela era uma... vaca! Isso, para não me valer de outro animal...

- Wow! Eu entendi direito? Quem é você e que fez com minha melhor amiga?

- Continuo sendo eu, boba! – disse de brincadeira enquanto dava uma cotovelada nela.

- E me conte… Qual foi o segundo sonho?

- Esse foi o mais estranho… O homem do primeiro sonho, lembra-se? – interrompeu-se ligeiramente, até que Dulce assentiu – Então… apareceu em meu quarto. Conversamos e… - ruborizou-se até a raiz do cabelo e terminou a frase sussurrando – me beijou.

- Beijou você?! - gritou Dulce, fazendo que várias pessoas se virassem para olhá-la e que Annie se encolhesse ainda mais. Depois pareceu pensar – Como foi?

- Dulce?!

- Não me venha com desculpas! Foi bom ou não foi bom?

- Foi muito bom... - admitiu Annie - Alto, moreno, olhos verdes…

- Não sonhou nada mais? Só um beijo?

- O que você queria? Que eu me casasse com ele?

- Mais é claro! Só você, Any… fica pra titia até nos seus sonhos. Pelo menos você poderia iniciar no terreno da fantasia… - começou a dizer com um tom que Annie já tinha ouvido muitas vezes. - Já que no real não se atreve.

- Ser solteira não é crime. - rebateu.

- Não até chegar aos vinte e cinco. Depois passará à categoria de solteirona e… tenho uma reputação a manter. Não pode ficar esperando o príncipe azul eternamente.

Ignorando o tema que se repetia em muitas de suas conversas, Annie seguiu seus pensamentos. A deliciosa comida a recordou de um tempo em que sair para um restaurante era motivo de celebração, quando ainda vivia com sua família. A saudade a golpeou bem forte, então decidiu fazer uma visita à tarde. Provocaria em algumas horas extras de condução até a casa de sua mãe, mas tinha vontade de voltar a vê-la, embora muito mais a sua irmãzinha. Quando saiu de casa há uns seis anos para ir à universidade, nunca pensou que conseguiria sentir saudades dela desse modo. Mal tinha completado os dez anos e parecia uma peste que só mexia em suas coisas e roubava sua maquiagem. Quando não a teve por perto aprendeu que podia sentir saudades de uma peste.

Dulce a acompanhou, evitando, assim, as horas nos ônibus. Enquanto estavam no carro, Dul não deixou de insistir para que saísse com um de seus amigos que, segundo ela, estava completamente deslumbrado por Annie. Se não tivesse passado pela mesma situação milhares várias vezes até mesmo riria. Mas depois de cinco ou seis encontros frustrados já não saltava de alegria ante os mais que absurdos planos de Dulce. O conceito de encontro às cegas era mais que suficiente para enjoá-la.

Ao atravessar o portão de entrada, o suave aroma de rosas a acolheu. O jardim estava bem cuidado como sempre, as flores de todas as cores contrastando com o imenso par de carvalhos que rodeava a porta principal. Ao contemplar a grandiosidade da casa da família quase se sentia envergonhada de seu pequeno apartamento na cidade.

Quase. Havia lhe custado muito tempo e dinheiro ficar independente para se envergonhar do que tinha obtido com seu empenho.

Antes que pudessem bater na porta principal, esta se abriu, deixando ver a ainda bonita figura de uma mulher que devia rondar os cinquenta anos. Loira e de olhos escuros, parecia-se muitíssimo com a filha, que se lançou em seus braços imediatamente. A mulher a abraçou sorrindo, logo se separou e abraçou também a Dulce.

- Bem vindas meninas, Como estão?

- Muito bem, mamãe - disse Annie ao mesmo tempo em que Dulce assentia. - E você?

- Já sabe, filha. Estou… entediada. Você poderia se casar e me dar netos, mesmo que só fosse para mudar um pouco minha existência.

- Que lhe dê netos para que se divirta?! - exclamou Annie - Mamãe, por mim pode comprar um cão, porque para os netos ainda vão demorar uns anos. A Sel não é suficiente para te entreter?

- Sua irmã?- bufou - Vida é o que sobra a ela, não fica nem um segundo em casa. E quando está, não sai da biblioteca… Não sei o que acontece com ela!

- Chama-se adolescência. – definiu Dulce – E é horrivelmente curta. Logo chega tudo isso de amadurecer e se acabou o bom da vida.

- Não dirá o mesmo quando chegar a minha idade – respondeu a senhora – Mas entrem. Querem um café?

- Sim senhora – respondeu rapidamente Dulce.

- Querida, me chame de Giovanna, – disse com um sorriso – como todo mundo faz.

Giovanna as conduziu à cozinha, depois de explicar com um sorriso a Dulce que era muito mais rápido que pedir à empregada que preparasse o café. A senhora parecia completamente à vontade entre fogões enquanto ordenava que Annie e Dulce se sentassem e relaxassem. O aroma do café não demorou a encher a cozinha. Ambas as garotas soltaram um suspiro quando Giovanna pôs sobre a mesa um grande prato repleto de pasteis.

- Diga-me, Any. – começou a mãe – O que a trouxe aqui?

- Só queria ver vocês, mãe.

- Tem certeza? Normalmente não passa aqui nos fins de semana… não quero dizer que eu não adore a sua mudança de hábito, mas o instinto maternal me diz que alguma coisa está errada. Vamos, me conte: o que aconteceu?

- Nada.

- Sabe o que eu acho? – interveio Dulce – É tudo culpa daqueles sonhos estranhos...

- Sonhos estranhos? - Giovanna elevou as sobrancelhas - Que tipo de sonhos? Pesadelos?

- Não se preocupe, mamãe. Não é nada demais, apenas sonhos.

- Se são apenas sonhos, você não se importará em dormir aqui hoje, não é? Selena vai adorar! A propósito, ela já devia ter chegado. Melhor ligar pra ela... Me dão licença?

- Claro que sim, mamãe. Vá.

Giovanna foi para a sala com o telefone sem fio na mão. De onde estavam, Dul e Annie ainda podiam ouvir o eco da conversa da mulher com sua filha mais nova.

- Por que contou? – cochichou Annie furiosamente.

- Porque não existe melhor remédio para "sonhos estranhos" que esse: a casa de sua mãe. Basta que sua mamãe faça chocolate para você e te dê um beijo de boa noite e amanhã rirá de si mesma, completamente curada. Entendeu?

- Entendi. – assentiu enquanto sua mãe voltava a entrar na cozinha. - Mamãe, decidi ficar esta noite, se não se importar.

- Claro que não, Any. – disse radiante – Quer ficar também Dulce? Isso vai parecer uma volta ao passado, quando vocês ainda eram crianças...

- Eu adoraria, tia Giovanna, mas não posso. Esta noite tenho um encontro, um desses que não se pode deixar para trás por nada no mundo. Por isso acho melhor voltamos à infância outro dia. E, por falar nisso – disse, se levantando – melhor eu ir. Não quero deixar Ucker esperando.

- Mas você veio comigo, o mínimo que posso fazer é levá-la para casa.

- Se me levar para casa - respondeu Dulce ao mesmo tempo em que dava um beijo na face de Annie - sei que não voltará. Então sua mãe me dará uma bronca, e sabe o medo que ela me dá quando está zangada. Eu chamo um táxi. E é melhor você não ir comigo nem até a porta.

Dulce se encaminhou até a saída, de onde gritou:

- Annie, tia Giovanna! Selly já voltou!

Annie pôs-se a correr para a entrada, preparando-se para envolver sua irmã em um abraço de urso.

As irmãs não eram muito parecidas: os cabelos de Selly, castanhos como os do pai, caiam em ondas até os ombros; seus olhos eram como os de sua mãe, castanhos em vez do tom variante entre azul, verde e cinza que Annie herdou de seu pai; a pele era mais clara que da irmã, pois, diferentemente de Annie, Selly evitava expor-se ao sol muito frequentemente.

A jovem atravessou correndo o vestíbulo e se jogou nos braços de sua irmã, cobrindo-a de beijos. Giovanna também chegou ao vestíbulo e se uniu ao abraço, as três contentes por estarem juntas de novo.


 

Quando Poncho chegou à cidade, mal tinha escurecido. Nick tinha cumprido sua palavra e o levou usando uma habilidade que os humanos chamavam de teletransporte e que Poncho só teria em alguns séculos. Assim que chegou, usou seus poderes para procurar por Annie. Ficou um pouco nervoso ao não encontrá-la em seu apartamento. Aumentando a potência de seus poderes, abrangeu toda a cidade, e, ainda assim, não a localizou. Usou então seu poder ao máximo, sabendo que se de houvesse um caçador perto o encontraria e que se Nick estivesse ali com ele já teria lhe dado um murro. Mas não iria desistir dela depois de tanto esperar, não importavam as consequências. Quase no limite de seus poderes, a presença de Annie o alcançou. E, em menos de quinze minutos, Poncho chegou onde ela estava.

A casa em que Annie estava era enorme, a entrada era rodeada por dois grandes carvalhos, e havia flores plantadas em toda parte. Poncho avançou pelo caminho pavimentado com pedras até chegar a casa, cuja entrada não poderia cruzar. Outra vez o dilema.


 

Annie estava na cozinha com sua mãe e sua irmã, conversando sobre tudo e sobre nada, como sempre que estavam juntas. Tudo era perfeito, e depois da torta de chocolate, estava convencida de que nada de mal poderia acontecer. Estiveram até tarde vendo Romeo e Julieta, temperado pelo sarcasmo de Giovanna e as lágrimas de Selly, que não se importava muito com Romeo, mas que não suportava ver Leonardo Di Caprio morrer. De repente, Selena ficou tensa.

- Não notam nada estranho?

- Não… - disse Giovanna. – Você também vai se unir ao clube "tenho sonhos estranhos"?

- Não, mamãe. Vou me unir ao clube de "tenho a sensação de que estão me observando". Mas não se preocupe, já passou.

- Bom, é melhor irmos dormir antes que dividir nossa torta com o Gasparzinho, não é mesmo?- riu Giovanna. – Não sei vocês, mas estou morta de sono. Boa noite, meus amores - acrescentou beijando as filhas.


 

Annie e Selly ficaram sozinhas na sala, mudando de canal em busca de algo para ver na televisão.

- Bom, Selly… Como você está?

- Bem… sinto falta de você. - respondeu um pouco triste.

- Mas já faz muito tempo que não moro com vocês.

- Eu sei, mas antes nos ligava sempre, e agora nem isso.

- Desculpe, maninha. - disse abraçando-a de novo - Mas veja isso pelo lado positivo: finalmente tem todo o espaço somente para você.

Selly bufou em resposta ao comentário enquanto pegava outro pedaço de chocolate e o comia.

- Ainda não sei o que é que faz com tanta comida - disse Annie.

- Gasto. Enquanto você se esquivava de qualquer tipo de exercício, eu sempre gostei de me mover. Sabia que cheguei a participar de um campeonato de dança?

- Sim, mamãe me disse. Mas não pude ir vê você porque não me deram o dia livre no trabalho. – explicou - Mamãe me mandou uma foto sua e de seu par. Estavam realmente lindos.

- Sim… estou a uma temporada dançando com ele. É muito simpático. - disse enquanto se ruborizava um pouco.

- Não me diga que você gosta desse menino?! Mas ainda é muito jovem…

- Não sou tão jovem - refutou Selly zangada - Já tenho dezessete anos...

- Bom, vovozinha… como é ele?

- É muito alegre, e me faz rir. Também é muito bonito… - voltou a envergonhar-se.

- Gosta?

- Q-Que? Eu vou para a cama - disse levantando-se rapidamente e tropeçando com a poltrona enquanto quase se punha a correr. - Boa noite!


 

Poncho riu quando viu a irmã mais nova sair correndo da sala, com as faces como cerejas. Seguiu Annie enquanto ela subia as escadas. Por sorte, um carteiro preguiço o confundiu com um empregado da casa e pediu que ele levasse as correspondências até o lugar rotineiro, dentro da casa. Esforçou-se para que sua presença não fosse notada. De novo. Quando se deu conta de que a irmã mais nova de Anahí o tinha captado dentro da sala enquanto ele enfocava toda sua atenção em Annie, quase se bateu. Depois, pensando um pouco, se deu conta de que, se Annie podia senti-lo, era normal que sua irmã também o fizesse. Se Annie tinha uma percepção fora do comum, Selly também a teria. Até porque, era evidente que a ligação entre elas era muito forte, e o amor maior ainda. Vê-las reunidas em família havia tocado um ponto sensível dele; Alfonso também teve uma família que o amava... até que encontrou Elisa.


 

Annie se meteu no banheiro e tomou uma ducha. Sorriu ao vestir o pijama que sua mãe deixou para ela em cima da cama. Era uma calça enorme com uma camiseta branca como parte de cima, que ela adorava e não levou ao mudar-se, mas a mãe guardou como se soubesse que esse dia aconteceria. Quando saiu do banho a surpreendeu um vulto diante da janela. Antes que pudesse mover-se, a figura estava diante dela com o dedo em seus lábios, a impedindo de falar.

- Não vai gritar, não é mesmo? - Annie negou com a cabeça e o homem se afastou.

- Quem é você?

- Quem acha que sou? – sorriu.

Logo se moveu para que a luz da lua batesse totalmente no seu rosto e Annie teve que conter um grito de novo: era o homem do sonho!

- Não pode ser - negou Annie - Você não é real, é só um sonho!

- Pareço um sonho carinho? - voltou a se aproximar e retirou uma mecha loira que caía sobre seu rosto.

- Não… mas quem é? E como entrou no meu quarto?

- Sou um homem muito… persistente. – sorriu de novo – Há poucas coisas que me impedem de fazer o que quero. Já deve ter percebido isso na outra noite. E esta não é a Casa Branca, apesar de se assemelhar no tamanho.

Instantes de silêncio se passaram até que Annie pudesse voltar a falar.

- Ainda não sei como se chama… nem o que quer de mim – hesitou.

- Mas eu sim sei como você se chama… Anahí Puente Portillo. Ou Annie, como costumam te chamar. Menos sua irmã, que prefere te chamar de Any. Não vejo tanta diferença. – E, completamente seguro, completou – E é obvio, sei o que quero de você.

Annie recuou assustada ante a muralha que o desconhecido forjava diante de si. Deveria ter corrido ou gritado, mas estranhamente queria permanecer justo onde estava, apesar do medo. Poncho se aproximou um pouco mais dela, que não podia retroceder mais. Ao ver sua intenção de fugir, ele voltou a sorrir.

- Você tem medo de mim? – disse, percorrendo seu pescoço com um dedo - Tem o pulso acelerado, e está tremendo – riu – Mas devido ao medo, não é verdade?

Annie não respondeu, estava confusa. O beijo voltou a sua mente, e quase inconscientemente reclinou o pescoço para trás para receber sua carícia. O homem também parecia confuso. Seus olhos estavam mais escuros, fixos nela, e sua respiração era rápida. Presa nesse olhar, Annie se aproximou dele.

- Não… - sussurrou ele – Definitivamente, não é de medo. Talvez aconteça com você o mesmo que a mim.

- E o… que acontece com você?

A mão dele rodeou o pescoço de Annie e se apoiou em sua nuca, puxando-a contra ele.

- Seu beijo me persegue até nos sonhos. Não acontece o mesmo com você?

- N-não – gaguejou Annie.

- Mentirosa. – sussurrou, se aproximando mais – Então, se beijar você de novo, não vai me corresponder? – quando Annie não respondeu, se aproximou mais dela. – Se não vai dizer nada, só há uma forma de saber.

Annie quis resistir, mas logo que que sentiu os lábios do homem nos seus, perdeu qualquer sombra de cuidado. Correspondeu ao beijo, puxando-o contra ela, desejando que esse instante durasse para sempre. Mas ele não permitiu. Separou-se dela e acariciou sua face com o dorso da mão.

- Meu nome é Alfonso Herrera. Poncho. – disse sorrindo.

Poncho caminhou para a porta e a abriu, mas antes que saísse para o corredor Annie o agarrou pelo braço e o virou para ela.

- Não se preocupe. – disse, acariciando seus cabelos - Voltarei, eu prometo. Agora durma.

Voltou a usar seu poder para fazê-la dormir e a levou até sua cama quando ela caiu como que desmaiada em seus braços. Agasalhou-a com as mantas e ficou olhando como dormia. Não pôde resistir e selou seus lábios com um beijo. Depois saiu, pensando que havia muitas possibilidades de que caísse na mesma armadilha que estava tentando armar para ela. Teria que ter muito cuidado, teria que se imunizar ante ela para terminar sua estranha vingança. O pior de tudo é que estava começando a pensar se na realidade queria cumpri-la.

domingo, 10 de julho de 2011

Capítulo 2

Oi pessoas felizes! Ao menos espero que estejam, pois tenho ótimas notícias! Creio que sejam ótimas notícias pra vocês, porque para mim são.
Acontece que finalmente e espero que eternamente, ou por um bom tempo, no mínimo meus problemas com internet e, consequentemente, com as postagens, acabaram. Por tanto, postarei pelo menos uma vez por semana, mas sem um dia definido mas as maiores possibilidades estão cotadas ao domingo. Para compensar a baixa frequência, prometo postar capítulos bem grandes (quase) sempre. E fãs Nelena, não se preocupe: continue lendo, que Selly e Nick já vão aparecer.
Então? Felizes ou não? Espero que estejam gostando de Uma Estranha Vingança, pois eu amo escrevê-la pra vocês. Bom, na verdade eu estou tanto reescrevendo quanto escrevendo esta web. Lembram-se? Ela é baseada em dois livros que li. A história deles é muito legal, mas a forma do autor escrever e as situações que ele descreve, principalmente, não me agradaram muito. A princípio, Uma Estranha Vingança seria destinada apenas às minhas amigas, pois queria que elas conhecessem a história sem precisar passar pelas mesmas situações que eu. Mas ficou tão diferente e a história é tão interessante que não resisti, e aqui estou eu postando o segundo episódio. Bom, chega de falar, né?! Vou apenas responder seus comentários e vocês poderão ler. Beijos! }¡{
DICA: Para que o layout seja preservado, sugiro que instalem as fontes que mais uso para essa web: “Kabel Bk BT” & “akaPotsley”.
Presente de férias: Querem ler “The Only Exception”, minha primeira miniweb anônima (história curta, sem personagens conhecidos)? É simples. Caso esse e os próximos 2 capítulos (2, 3 & 4) receberem 10 ou mais comentários de pessoas diferentes, eu publicarei The Only Exception no dia 31 de julho, como um post especial de fim de férias. Mas atenção: selos, pedidos de divulgação e comentários de pouquíssimas palavras (como “posta!” e “posta logo!”) não valem! Caso o descrito acima não aconteça, quando houverem cinco capítulos seguidos com 10 comentários com as mesmas condições, o post especial será publicado.

Respondendo aos comentários:
Bazinha... S2...: Que bom que “amou, amou, amou” amiga! Eu sei como isso é difícil, e prometo fazer o mesmo (ainda não li o final!): seremos duas curiosas, combinado?! Mas se você não resistir, como eu resistirei? Beijos!!!
G.: Duas vezes obrigada! Espero que goste deste capítulo também. Beijo!
Lethicia: Obrigada’s e postado! Beijinho!
. ana: Obrigada! Beijo.
IS.: Obrigada!



Capítulo 02
Annie se levantou na manhã seguinte, com a sensação de ter dormido bem e profundamente. Estava enrolada nos lençóis e coberta com a colcha. Recordava ter sonhado algo… Nossa! Tocou seus lábios. O beijo… o homem... E estranhamente estava enrolada no lençol, tal como sonhava ter feito antes de abrir a janela para ele. Mas isso não era possível! Mesmo não estando acostumada a ter sonhos tão reais, ela tentava se convencer que a noite passada não era mais que isso. A porta-janela do terraço estava fechada, evidenciando que pelo menos sonâmbula ela não era, e agradecia muito por isso. Tampouco havia indícios de que alguém tivesse pisado no terraço ou na varanda; nenhuma telha quebrada, nada fora do lugar. Tudo estava normal. Então porque tinha a sensação de que algo muito importante tinha acontecido?

Depois de toda a manhã tentando concentrar-se nas tarefas mais simples, Annie se deu por vencida: era um caso perdido de distração crônica. As imagens de seu sonho se repetiam cada vez mais rápida e furiosamente em sua cabeça: a mulher que se parecia com ela, o homem que a amava essa mulher, seu irmão, seu pai… Pessoas que não conhecia, mas que tinha a sensação de conhecer por toda a vida. Sentando-se no sofá, pegou um caderno e escreveu tudo o que recordava do sonho. Mas tudo, de uma forma ou outra, se relacionava ao homem de olhos verdes.

Poncho embarcou no avião, mas continuava desconcertado. Logo que saiu do quarto de Anahí, se pôs a caminho do aeroporto. Pagou uma pequena fortuna pela passagem de primeira classe de um homenzinho quando se inteirou de que não havia nenhuma disponível para o próximo voo. Tinha embarcado às cinco e meia da madrugada, e, com um pouco de sorte, não teria que aguentar o nascer do sol. A pesar de sua aversão em viajar de dia, sentia que era absolutamente necessário afastar-se de Annie o mais rápido possível. Durante todos esses anos, tinha buscado vingança. Mas não parou para pensar muito nas consequências, nem nunca chegou sequer imaginar que Elisa ainda o afetava. No entanto, não podia enganar-se: não era em Elisa que esteve pensando quando beijou aquela mortal, e sim em Anahí. Estar com ela foi tão bom, perfeito. Nunca havia se sentido assim, nem mesmo quando era mortal. Nem mesmo com Elisa.
Horas depois, já estava longe muitos quilômetros. Já se situava na mansão de Nicholas, protegido sob seus poderes. Mal atravessou as portas da imensa casa e pode sentir: o imortal estava em casa.
Sabendo onde estaria seu amigo, se encaminhou à biblioteca que ocupava quase todo o andar térreo. Nick, que estava sentando em uma poltrona, sorriu um pouco ao ver Poncho se aproximando. O sorriso de Nick não chegava a seus olhos, frios como cubos de gelo. A única emoção que afetaria aquele olhar, Poncho sabia, era a raiva. E ninguém quereria ver Nick zangado, não se quisesse continuar vivendo para contemplar um novo dia.
- Você a encontrou, não é mesmo? – Nick já sabia a resposta, mas perguntou assim mesmo.
- Sim. – confirmou Poncho, sentando-se em uma poltrona próxima à do amigo – Encontrei-a. É ela, mas ao mesmo tempo não é. Parece uma moça simples, quase uma menina. Não chega nem aos vinte e cinco anos. - Poncho duvidou - e não sabe nada do que fez.
- Mas se lembrará! – respondeu Nick. – Você sabe tão bem quanto eu que ela o fará.
Poncho fechou os olhos enquanto recordava as palavras que a velha cigana havia pronunciado há tanto tempo...
“Nasceu para amar, e por amor morreu. Aquilo que aquecia seu coração mudou agora para ódio. Mas seu destino se fará esperar, pois não alcançará seu fim nesta vida. A mulher que esperas ainda não nasceu. Quando o fizer saberá, pois é seu destino se encontrar de novo com ela. Quando a olhar verá passado e presente, estará em suas mãos escolher seu futuro.”

- Você sabe que nunca aprovei essa obsessão por voltar a encontrá-la.
- Nick… Sabe tão bem quanto eu que, se algo me manteve vivo, foi a ideia de encontrá-la.
- Nos primeiros anos, sim. Mas já se passaram duzentos anos. Ainda não encontrou nada pelo que viver?
- Claro que sim. Quero conhecer o mundo, ver tudo o que nunca nem pude imaginar. Já que estou preso nessa “vida”, não vou desperdiçá-la.
- Tem que tomar cuidado. – advertiu Nick, com a frieza corriqueira.
- Por quê? Uma simples mortal não pode me machucar.
- Já devia saber que não deve subestimar o perigo – disse secamente, quase zangado – venha da fonte que vier, inclusive dos mortais. Mas não acredito que sua pequena mortal ofereça mais perigo que o de distraí-lo.
- Me distrair?
- Não se deu conta? Começaram de novo. Pensei que era mais perceptivo. Pena que tenha me equivocado.
Outra vez? Agora que parecia que a paz havia voltado…
- Isso é impossível. Acabamos com eles, Estão extintos há um século.
Nick soltou uma gargalhada irônica enquanto se levantava da poltrona e se aproximava do fogo.
- Às vezes me esqueço do quanto é inocente. Acreditava de verdade que não voltariam? Eles sempre voltam. Não há paz para nós, irmão. O máximo que podemos esperar é um pequeno descanso, e teve sorte. Você ganhou um feriado prolongado.
- Voltamos a ser caçados, não é verdade?
Outra gargalhada foi a resposta de Nick ante a tristeza de Poncho.
- Só se quiser. Eu não sou a caça de ninguém - afirmou. - Pelo menos agora não. - continuou em um sussurro tão baixo que Poncho não pôde afirmar havê-lo ouvido. – Além disso, não são mais que neófitos. Não sei quantos bastardos deixamos vivos, mas decidiram voltar a começar.
- Quem os encontrou?
- Nikolai, na Rússia. Um grupo pequeno, quatro caçadores. Mataram sua companheira e ele comunicou tudo antes de se suicidar. Pobre infeliz, podia ter nos dado uma mão... Infelizmente, se houver um grupo de quatro na Rússia, certamente há muitos mais por aqui.
- Quer que eu fique aqui?
- Não estou preocupado com minha segurança. – disse interpretando o que Poncho não havia chegado a dizer. - Estou preocupado com a sua, principalmente se estiver distraído. E você vai voltar para terminar sua vingança, não vai?
- Não tenho outra opção.
- A transformarão em presa se souberem que tem algo a ver com você.
- O que quer que eu diga?
- A verdade.
- A verdade… Transformei você porque apesar de estar com uma bala no peito e a alma destroçada pela traição, continuava querendo viver, continuava se agarrando à vida com todas suas forças. Transformei-o porquê abriu os olhos, olhou-me sem me ver, e sorriu por um momento. - Sacudiu a cabeça como querendo tirar a imagem da mente. – transformei-o porquê foi capaz de amar, e incapaz de trair a quem amasse. E eu nunca deixaria morrer alguém assim. Não enquanto eu for capaz de morrer pelo mesmo motivo.
- Nick…
O vampiro já tinha saído pela porta antes que Poncho pudesse acabar a frase. Mesmo que não tivesse saído, ele não estava seguro do que diria se pudesse terminar a frase. Era muito difícil ver o lado vulnerável de Nick, sempre tão distante, tão frio, tão complexo. Depois de passar mais de duzentos anos convivendo com ele, não sabia nada, nem dele nem de seu passado. Cada vez que algo o tocava, dava um passo para trás e se afastava. Não deixava que ninguém o entendesse.
Poncho fechou os olhos, repentinamente esgotado. Embora pudesse passar acordado uma semana seguida se quisesse, diferentemente dos outros vampiros, ansiava abandonar-se ao doce esquecimento da inconsciência. Mas não podia descansar. Apesar do esgotamento, alimentar-se era mais importante. Já notava o suave puxão da fome nas veias, esse anseio por sangue que não podia adiar. Levantou-se e saiu da biblioteca. Assim como ele, Nick sempre tinha reservas de sangue em algum lugar, se por acaso não pudesse ou não desejasse sair para alimentar-se.
Encontrou-as na cozinha, e sorriu ao ver o contraste entre os dois frigoríficos: um estava cheio de comida normal e comum, comida de mortal; o outro estava lotado de bolsas de sangue, roubadas de um banco. Ainda tinham o logotipo grudado.
Fazendo uma careta, tirou algumas delas e uma taça. O sangue congelado era tão ruim… tão insípido. Uma imagem o atacou: imaginou-se se dobrado sobre o pescoço de Annie, que o puxava para ela, para a veia em que seu pulso palpitava freneticamente… Amaldiçoou quando um ruído o fez voltar para a realidade. Estava apoiado contra a geladeira, com a taça na mão, contemplando-a como um completo imbecil. Suas presas cravadas contra o lábio inferior, totalmente alongadas. Isto tinha que terminar, e tinha que ser rápido. Esvaziou a taça de um gole, sentindo o sabor sensabor do sangue refrigerado. Enxaguou o cristal e o deixou onde estava. Olhou seu relógio, eram às três da tarde. Não queria abandonar ainda o refúgio de Nick, mas se quisesse chegar ao anoitecer… teria que apressar-se.
Um tanto contra a vontade, saiu da cozinha para dirigir-se à porta principal, olhando com nostalgia a imensa escada que levava ao andar de cima, onde seu quarto estaria fresco e confortável, preparado para recebê-lo. Recolheu sua jaqueta na entrada e estava terminando de fechá-la quando a voz de Nick ecoou no hall.
- Não é necessário que se apresse tanto. - disse enquanto descia as escadas. - Posso levá-lo tão logo anoiteça.
- Fala sério?
- Assim saberei onde está caso precise de mim. E sei que vai.
- Virá se o chamar?
- Não me incomodei em manter você vivo duzentos anos para deixá-lo morrer agora, Poncho. Além disso, se estiver certo, vamos precisar de todos, e muito em breve.
- Espero esteja errado - sussurrou Poncho.
- Eu também. Agora, vá dormir. Quando o sol se por, eu te chamo.
Assentindo com a cabeça, Poncho começou a subir as escadas. Ao ver que Nick não subia, parou.
- Não vai dormir? Você não gosta de sair de dia.
- Talvez faça uma exceção. – respondeu sorrindo – Tampouco gosto do “sorvete” que você tomou no café da manhã. E, de dia as pessoas ficam muito mais… ingênuas.
Poncho sorriu e continuou subindo, sussurrando um “bom apetite”. Em seu quarto as cortinas estavam fechadas, evitando que o sol e o calor do verão entrassem. Tomou uma ducha rápida e deslizou entre os lençóis, sentindo-se seguro, em casa.
A última coisa que veio a sua mente antes de dormir foram os incríveis olhos de uma loira, assombrados depois de seu beijo.
 
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