domingo, 28 de agosto de 2011

Homenagem à Alfonso Herrera Rodríguez

Feliz Cumpleaños, Poncho! Te quiero!


E no próximo capítulo de Uma Estranha Vingança...
O caçador se aproxima de Annie, pensando ser ela a nova companheira de Poncho.
O que será que vai acontecer a ela?
O caçador conseguirá fazer sua última caçada?
Descubra no capítulo 5...

domingo, 21 de agosto de 2011

Capítulo 4 + Desculpas...


Annie voltou a sonhar. Era de novo Elisa, presa no corpo da ruiva para contemplar sua vida. Esta vez não estava com o homem, e sim com uma criada que a vestia e outra que a penteava. Annie tentou contar quantas capas de roupa tinha em cima, mas fracassou. Quando terminaram de vesti-la e prenderam seus cabelos, o espelho mostrava a imagem de uma mulher muito bela, com um rosto angelical e um rubor quase virginal no rosto. Os olhos pareciam enormes depois da máscara para os cílios que fez trazer da França, e a cor do vestido contribuía para ressaltá-los.
As criadas fizeram uma reverência e partiram quando seu irmão entrou em seu quarto. O homem estava vestido luxuosamente, com os cabelos amarrados na nuca com uma fita preta, tal como ditava a moda. Ele entrou e contemplou Elisa com um sorriso no rosto.
- Está muito bonita, irmã. – disse, ainda sorrindo. - O duque não poderá resistir a sua beleza.
A mulher se contemplou no espelho com um orgulho pouco oculto, acariciando o veludo do vestido com a mão direita, admirando o brilho dos diamantes em seu pescoço. Isso era pelo que vivia: as joias, as roupas bonitas, o dinheiro… “Egoísta!” – pensou Annie – “Maldita egoísta!”.
Até seu irmão estava enganado, pensando que ela amava o duque em segredo e procurava o matrimônio por isso. Não sabia dos inúmeros amantes que levava ao quarto às escondidas, nem do dinheiro que esbanjava livremente. O pobre homem acreditava que ficava com ele para ajudá-lo depois da morte prematura do pai de ambos, e a amava por isso.
Elisa enlaçou o braço com o de seu irmão e desceram os degraus. Annie estava atônita com o luxo que tinha a casa. O veludo e a seda estavam por toda parte, embora o edifício tivesse o aspecto de ser muito antigo. Entraram em um salão bonito no qual já havia outras três pessoas. O mais baixo deles ficou de pé e saudou Elisa com uma reverência. Annie soube no mesmo instante: era o duque. Um homem baixinho e obeso, enfeitado com uma roupa de veludo que se esticava a altura do ventre proeminente.
Elisa se dirigiu para ele sorrindo docemente, como se não pudesse conter a alegria ao aproximar-se. O homem sustentou sua mão e aproximou os lábios a ela sem chegar a tocar sua pele, tal como ditava o protocolo. Sentaram-se um em frente ao outro, e a reunião começou. Annie presenciava sem reação como Elisa desdobrava todo seu arsenal de dotes para o duque, que estava totalmente encantado por ela.
Depois de conversar durante o que para Annie pareceram horas, levantaram-se e se dirigiram para o salão principal, que estava preparado para o que parecia uma festa.
E assim era. Em menos de meia hora começaram a chegar os convidados. Annie se sentia já meio enjoada entre tanta gente, sem poder controlar nenhum de seus movimentos, enquanto Elisa estava à vontade, falando com todos.
No meio da festa captou um olhar do duque. Elisa o olhou fixamente e saiu para o balcão. O jardim era enorme, e caminhou até uma pequena fonte que havia perto, sentando-se à beira da água e assumindo uma pose sedutora, com a cabeça virada de propósito para a água de forma que se pudesse contemplar a curva de seu pescoço e as ondas ruivas formando um mar vermelho.
- Minha senhora, sua beleza supera a das estrelas. – Elisa fingiu espantar-se, levando uma mão ao peito em um gesto elegante.
- Duque! Assustou-me.
- Sinto muito querida.
- Sabe que não deveríamos estar a sós, não somos parentes nem casados… - olhou para o chão, fingindo timidez.
- Elisa… - suspirou o duque - Acaso pensa que não conheço seus sentimentos?
- Duque! - Elisa se ruborizou - Por favor… não me ponha em evidência. Se souber o que sinto, não seja tão cruel de mencioná-lo.
- Mas devo mencioná-lo para dizer a você que eu também a amo, senhora.
- Não pode ser! Será possível essa sorte? - Elisa olhou fixamente ao duque.
- É possível, e se você confessar seu amor e me prometer fidelidade eu oferecerei minha mão a você em matrimônio, e pedirei a sua. - disse o duque rodeando-a com os braços.
- Oh! Claro que amo você!- disse ela abraçando-o por sua vez. - Vai falar com meu irmão?
- Esta mesma noite, se assim desejar.
- Claro que sim… não posso esperar para ser sua esposa.
Despois disso, tudo começou a dissolver, até que não restou nada além da completa escuridão. Pouco a pouco, as imagens começaram a voltar, e Annie se viu de novo no quarto de Elisa, observando o homem através dos olhos da desprezível mulher.
- Mas Elisa, podemos fugir! – implorou o homem, com tanta dor, que fez o coração de Annie se partir.
- Meu amor, sabe que não posso. - Annie sentiu as lágrimas correndo por suas faces. Não era possível, Elisa estava chorando? Que desperdício ela não ter nascido no século XXI! Hollywood perdeu uma grande atriz!
- É claro que pode! Nós podemos! - o homem se levantou da cama e se aproximou dela. – você não tem que casar com ele.
- Por favor, não arruíne os últimos dias que temos para ficarmos juntos. – Elisa soluçou. - Por favor, fique comigo até que me case.
- Ficar com você? Está louca?! Não posso ficar com prometida de outro homem! Porque agora é dele. Sua mulher, sua futura mulher.
O homem voltou a sentar-se na cama e começou a chorar, com a cabeça abaixada. O coração de Annie se partia ao vê-lo sofrer. Elisa se aproximou dele e levantou sua cabeça. Quando tentou beijá-lo, ele se separou dela.
- Não posso, Elisa. Tente ser feliz com seu marido. Eu não posso tocar a mulher de outro homem.
- Não vá! - gritou Elisa. - Não pode me deixar! Alfonso!
Annie acordou. Alfonso... O Poncho que ela conhecia era exatamente igual ao Alfonso do século XVIII. Mas isso era impossível. Annie lutou por poder permanecer no sonho, para saber a verdade. Mas não pôde.
- Annie! Annie, acorda!
Annie abriu os olhos lentamente, apenas consciente de que sua irmã a estava sacudindo. Quando viu que sua Annie já estava completamente acordada, Selly deixou de sacudi-la e se sentou na beira da cama.
- Sel…
- Estava gritando - respondeu sua irmã à pergunta ainda não formulada. - Chorava e chamava o tempo todo a um tal Poncho.
- Não pode ser…
- Eram esses os sonhos dos quais falou com mamãe?
Tudo veio a sua mente de repente: o segundo beijo, a ordem para que dormisse… o homem tinha que ser real e não podia sê-lo.
- Acho que estou enlouquecendo – suspirou Annie.
- Com o que sonha?
- Com outra vida - confessou.
- Quer dizer com a reencarnação? Uma vida passada?
- Algo assim.
- Quer que eu durma com você?- perguntou Selly enquanto se aproximava dela. - Como você fazia quando eu tinha sonhos ruins, lembra?
- Claro. Eu adoraria.
Selly se deitou na cama e abraçou sua irmã, que apoiou a cabeça no travesseiro e abraçou também.
- Agora durma. Não vai acontecer nada.

Poncho observou as duas abraçadas, aconchegadas uma contra a outra. Tinha tentado partir, mas a voz de Annie o deteve antes de sair. Assim que deixou o quarto ouviu Annie sussurrar “Elisa”; ele deu meia volta e ficou observando ela se retorcendo, enquanto revivia seu passado. Teve que conter-se para não abraçá-la quando começou a chorar, mas quando começou a gritar seu nome não pôde mais aguentar e chamou sua irmã. Esta era suficientemente sensível para ouvir sua chamada e foi no mesmo instante.
Vendo-a consolar sua irmã, Poncho conseguiu suficiente força de vontade para abandonar a casa e voltar para o hotel. Voltaria a vê-la na noite seguinte.
Annie dormiu tranquila o resto da noite, enquanto Poncho mantinha-se acordado em seu hotel até que o sol nasceu.
Mas havia alguém mais que também não dormiu.

O caçador sentiu a vibração do poder nos ossos. Sorriu ao dar-se conta de que teve a sorte de encontrar a um deles sozinho e desprotegido. E devia ser um neófito, porque nenhum dos que sobreviveram a guerra anterior se atreveria a usar seus poderes de um modo tão manifesto e despreocupado.
Rastreou a vibração, que o levou a uma casa de campo nos subúrbios da cidade. Seguiu o vampiro a uma velocidade sobre-humana, a tempo de vê-lo enganar a mulher que abriu a porta para ele inocentemente. Centrou-se nela: cinco presenças, todas humanas. Havia duas mulheres jovens e três mais velhas.
O vampiro entrou na casa e ficou observando às três que estavam na sala sentadas diante da televisão. Sua atenção estava centrada em uma delas, nem a mais jovem nem a mais velha. Ter certeza de que era um neófito, já que a mais jovem das mortais captou sua intrusão. Não era capaz de proteger-se de três mortais? Isso ia ser mais fácil do que parecia.
Depois de passar um bom tempo as observando, o vampiro subiu as escadas detrás da moça, e entrou em seu quarto. O caçador não pôde ouvir a conversa, mas o beijo que deram esclareceu mais que simples palavras. Isso ia ser muito divertido… Tal como lhe tinha ensinado a experiência, a melhor forma de acabar com um vampiro era atacar a sua companheira. A mortal podia ser inocente no momento, mas cedo ou tarde se daria conta de quem era seu namorado. E aí se decidiria seu destino.
Tirou seu celular e lhe atenderam quase imediatamente. Com um sorriso no rosto disse só três palavras.
- Eu o encontrei. - Do outro lado da linha responderam algo que fez o caçador se zangar, negou veementemente. Depois assentiu, e desligou o telefone.
A casa central o reprovou por não ter informado antes, mas tinha se retratado rapidamente. Os outros caçadores estavam prevenidos, embora a presa fosse dele.
Havia uns dez grupos mobilizados na Espanha, e outros seis em Portugal. Poderiam estar na cidade em menos de uma hora, com reforços suficientes para acabar com uns cinco ou seis deles. Eram mais que suficientes, mas não seriam necessários.
Inspirou fortemente, enchendo os pulmões com o suave ar noturno. A caça tinha começado.

Respondendo aos comentários:
* Uma Estranha Vingança
-=|†|-|䡧 ä£/ë§ †††††††: Demorou mas chegou, né Thaís? Acho que você nem leu o capítulo 3, mas aqui está o quatro. E espero que semana que vem venha o quinto capítulo. Beijo amiga!
IS.: Desculpe a demora, mas é que eu havia perdido todas minhas histórias... Recuperei algumas coisas, reescrevi outras, e estou eu aqui de novo, mesmo sem muitos coments. Beijos fofa!
Ruh: Obrigada amiga, espero que goste cada vez mais da história. Beijos e comente!
Bazinha... S2...: Espero que seja verdade, e agora sim você pode ler o capítulo 4 (bem feito, no seu pen-drive só tinha metade! rsrsrs) Mas confessa, você ia gritar mesmo se fosse o Ucker, né?! E que vídeo é esse? Não me lembro... Obrigada pelos selos! Beijos amiga, não esquece de comentar.

* The Only Exception
Bazinha...S2...: Desculpe pela irritação, principalmente por ser uma irritação laranja...  Fico feliz por ter gostado. Beijão!
Ruh: Achei! Bom, achar, não achei não, mas... aqui está um capítulo fresquinho de Uma Estranha Vingança. Espero que você também “ame, ame, ame” esse aqui. Beijos!

domingo, 7 de agosto de 2011

The Only Exception

Olá minhas queridas – e poucas – leitoras. Sinto dizer que meu amado e problemático computador resolver sumir com todas minhas histórias. Por tanto, ficarei um tempo sem postar “Uma Estranha Vingança”. Mas, para compensar, vou postar “The Only Exception”, uma história com um só capítulo e sem personagens famosos. Espero que gostem.

The Only Exception
Me desculpe.
Depois de todo esse tempo com a Anna, isso é tudo que eu posso dizer a ela? Duas miseras palavras que não representam nada do amor que um dia eu senti? Não, “me desculpe” não é suficiente.
Me desculpe.
O problema não é você, sou eu.
Ótimo, um cliché! É óbvio que o problema não é ela nem sou eu. O problema é nosso. Nosso... que triste saber que a única coisa que  ainda compartilhamos de verdade é um problema... Assim também não está bom.
Me desculpe.
O problema não é você, sou eu.
Eu não tenho culpa se você não é mais como quando te conheci.
É claro que tenho culpa! As pessoas mudam quando convivem com outras.
Me desculpe.
O problema não é você, sou eu.
Eu não tenho culpa se você não é mais como quando te conheci.
É que eu não sou mais como antes.
Claro que não! Ela me mudou. Me tornou uma pessoa melhor que antes. Aliás, tudo – ou quase tudo – o que sou hoje, devo a ela. Voltando a escala zero.
Me desculpe.
O problema não é você, sou eu.
Eu não tenho culpa se você não é mais como quando te conheci.
É que eu não sou mais como antes.
Olha... eu nem sei porque comecei a escrever isso, mas
Ótima pergunta: qual o objetivo desse bilhete?
Simples: eu não tenho coragem de fazer isso pessoalmente. Sou um covarde.
Quando era criança, sempre me diziam que “homem não chora”. Acontece que, quando minha mãe disse que a meu pai que não o amava mais, ele chorou. Nesse dia, prometi nunca amar, pois não queria partir meu coração como meu pai fez. Mas eu não sou ele.
Me desculpe.
O problema não é você, sou eu.
Eu não tenho culpa se você não é mais como quando te conheci.
É que eu não sou mais como antes.
Olha... eu nem sei porque comecei a escrever isso, mas
O que eu estou fazendo?
Mantendo uma distância confortável. Não posso dizer que a solidão me deixou aborrecido. E agora, me sinto sufocado, completamente sem ar.
Duas palavras são realmente as melhores agora. Só preciso ir antes que Anna chegue.
***
Ao chegar em casa, não encontrei Declan. Passando pela sala, vi vários papéis espalhados pela mesa de centro, e outros amassados, jogados no chão próximo à mesa. Recolhi-os e os coloquei dentro de uma sacola. Se bem conheço Declan, ele vai procurar feito louco um deles, no qual vai estar sua melhor ideia para a manchete de seu próximo artigo.
Fui para o quarto guardar os papéis na gaveta que deixei livre para esse fim. Acabei tropeçando no gaveteiro da cama, que estava estranhamente aberto. Meu coração parou por um instante, ou bateu tão rápido que sequer o senti. Tentei me acalmar. Declan deve ter errado a gaveta, e sua mala continua no mesmo lugar. Não, não está.
Ele viajou sem me avisar? Ou foi... Não, não pode ser.
Tentei ligar para o celular dele, mas ele não me atendeu. Tentei a redação, mas ele também não estava lá. Pelo menos não para mim.
Joguei minha cabeça no travesseiro e o cheiro dele me fez chorar ainda mais. Tão fortes eram os soluços que demorei a perceber que havia um barulho vindo da cozinha. Sequei as lágrimas e fui até lá. Encontrei jogada sobre o sofá, uma nota fiscal de uma lavanderia, cuja descrição de serviço é a troca de um zíper. Não dei muita importância para aquilo, coloquei no mesmo lugar e fui em direção ao som. Declan vasculhava as gavetas à procura de algo.
- Esqueceu alguma coisa?
Me assustei quando ouvi a voz de Anna. Não era para ela estar em casa ainda. Tentei esconder meus embrulhos atrás das costas, mas não tive tempo de guardar o bilhete que escrevi para ela. Anna viu meu olhar apreensivo para o pequeno papel sob a bancada, e o pegou.
- Por favor, Anna, não leia isso! – implorei.
- Você não vai me deixar saber pra onde você está indo? – perguntei enquanto abria o papel lentamente, fingindo tranquilidade.
Casa comigo?
Fiquei atordoada. Aquela era a letra de Declan, escrita com a caneta preferida dele. Olhei, com uma interrogação no rosto, para ele. Me deparei com um sorriso torto, meio envergonhado, e um pequeno buquê de botões de rosa.
- Eu estava procurando um fitilho, para prendê-lo às flores... – disse, apontando para o bilhete. Não sabia o que Anna pensava, sua expressão não dizia nada, muito menos sua boca. Respirei fundo e peguei o outro embrulho, uma caixinha de veludo preto, e o abri. Estava nervoso demais para falar, então, só me ajoelhei e repeti as palavras do cartão – Casa comigo?
O sorriso de Anna seria resposta mais que suficiente para mim, mas antes que pudesse me levantar e toma-la em meus braços, ela se abaixou.
Ter Declan como “namorido” durante mais de um ano era muito para mim. Sei que ele nunca ficou tanto tempo com a mesma mulher e... agora ele estava ali, aos meus pés, me pedindo em casamento. Nenhuma palavra sairia de minha boca, mas um sorriso não era suficiente. Me ajoelhei e, praticamente, me joguei sobre ele, beijando-o. Depois, ficamos deitados no chão da cozinha, abraçados. Levou alguns minutos até minha capacidade de falar retornar.
- Tem uma coisa errada nessa história.
- O que, meu amor? – Não estava preocupado. Depois que nossos lábios se encontraram, pude sentir que Anna me amava tanto quanto eu a amo.
- Pensei que você nunca fosse se casar. Eu sou uma exceção?
- Não, você não é a exceção. Tudo o que não diz respeito a você é. Você é a regra.
E, como não podia deixar de ser, as palavras que disse antes de perder o fôlego novamente são duas. As duas palavras mais certas para se dizer nesse momento, as duas palavras que eu mais irei repetir na minha vida.
- Te amo.

Fim

Deise Guimarães
Maio de 2011
Baseado na música “The Only Exception”, Paramore.
Nomes e imagem, extraído do filme “Leap Year”, Universal Films.
 
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